Por Farmy Gonçalves Ferreira da Silva.
"Seguindo a linha de raciocínio do artigo anterior, vamos observar que os projetos de TI são muito mais abrangentes do que pode ser percebido, a palavra chave é o “core business” da empresa e dentro de todas as atividades de uma empresa que procura ser líder no seu mercado, ou seja, obter lucro; ele deve implementar, ou ter implementado, dois projetos muito comentados até hoje: o ERP e o CRM. Aplicações desse tipo são tidas como cruciais pois muitas levam tempo, consomem altas cifras e no fim não atende ao objetivo almejado. SAP, IBM e MICROSOFT possuem os grandes medalhões nessa área por serem empresas já consolidadas no mercado de tecnologia, mas existem vários pequenos fornecedores com histórias de sucesso e boas opções.
Mas qual o papel do engenheiro de software num projeto desse porte? O que envolve um projeto dessa magnitude? Essas e outras perguntas precisam antes de alguns alicerces. Os conceitos sobre ERP podem ser lidos no artigo de nosso companheiro André Guedes os conceitos sobre BI podem ser obtidos no artigo da companheira Scheila Mello e do companheiro Ricardo Mansur. Depois de obtido esses conceitos, podemos discutir o que pode ser realizado pelo engenheiro de software, note que não me focarei no CRM pois ainda não existe um artigo sobre esse assunto que possa auxiliar no conceito básico do assunto, quem sabe não seja um próximo.
A primeira coisa a se saber é, as empresas não são criadas com um sistema de ERP em mente, mas sim um negócio, um ramo ou atividade. Dado este fato, os projetos de ERP são alcançados quando uma empresa atinge um determinado nível de vida e maturidade em gestão. Você deve dizer “maturidade nada, necessidade mesmo”, este é outro fator para a implementação de sistemas de ERP, e por estes motivos, vários problemas precisam ser visualizados. Com dissemos no artigo anterior, gerir projetos é um desafio que necessita mais do que o conhecimento de Tecnologia, e que muitos projetos são geridos por excelentes técnicos mais péssimos gerentes. Esse fator num projeto como o ERP e BI podem levar aos já muitos comentados fracassos dessa área.
Com você deve imaginar existe uma forma, ou melhor, metodologia que define como pensar nos passos da implementação de um sistema de ERP; é agora que entre em cena o nosso Engenheiro de software, afinal ele não é um analista de sistema, mas sim um gestor, um gerente de tecnologia. E entre outras responsabilidades ele precisa expor para a alta gerencia que um sistema de ERP, CRM e BI, geram uma mudança na forma de gerir e na filosofia da empresa, para isso precisa entre outras coisas contar com uma consultoria externa que traga experiência de sucesso e fracasso também, afinal ninguém aprende apenas com acertos. E junto com a consultoria realizar algumas fases para a implementação do projeto, sendo elas:
· Fase 1 – Raio-X
Esta é a fase do projeto, em que os processos e as práticas de negócio são analisados. É o momento em que a empresa é profundamente observada e quando é definida a necessidade de uma solução ERP.
· Fase 2 – Desenvolvimento
É nesse momento que uma aplicação é escolhida e configurada para uma empresa. Também são definidos o modelo de funcionamento da solução e outros aspectos do ambiente.
· Fase 3 – Teste
Aqui, a solução de ERP é colocada em ambiente de teste. É quando os erros e as falhas são identificados.
· Fase 4 – Treinamento
Todos os profissionais são treinados no sistema para saber como utilizá-lo antes da implementação ser concluída.
· Fase 5 – Implementação
O software de ERP é finalmente instalado na empresa e torna-se funcional aos usuários.
· Fase 6 – Avaliação
A solução de ERP é avaliada, observando-se o que é necessário melhorar e o que está ou não funcionando adequadamente. Essa é apenas uma avaliação geral do projeto ERP para referências futuras.
Observem que estas fases envolvem outras metodologias, e devem ser adotadas de forma repetitiva durante toda a vida do sistema de ERP, observe que a necessidade da consultoria se faz necessária principalmente na analise da empresa, pois visões diferentes convergem para um sucesso maior. Um ponto critico em todos os sistemas é o nível de conhecimento dos usuários, observe que a fase de treinamento se dá durante o projeto e não depois que ele esta implementado, afinal isso garante que quando concluído seus usuários já estejam capacitados para a sua plena utilização, por outro lado, nesta definição os testes acontecem durante a terceira fase e novamente a equipe de TI deve ser muito bem gerida e o engenheiro deve ter a capacidade de solucionar problemas como vícios da equipe de desenvolvimento e a influencia da consultoria externa. Uma solução adotada por algumas empresas foi utilizar uma segunda consultoria neste momento.
As tarefas que o engenheiro deve ter em mente quando definir um projeto de ERP são:
· Defina, em detalhes, o que será realizado.
· Liste o que se espera dos novos recursos.
· Combine o processo de implementação com a cultura empresarial.
· Defina as responsabilidades do fornecedor e as dos parceiros em contrato.
· Mantenha o gerenciamento da estrutura sob controle e reforce o comprometimento.
· Teste e treine.
Dessa forma, os projetos de ERP podem obter maior chance de sucesso, lembrando que o comprometimento da gerencia é imprescindível neste contexto, por isso n]ao só o Engenheiro de software como também um gerente empresarial deve estar completamente envolvido neste projeto. Afinal após a implementação de um sistema de ERP, a empresa começa a querer sistemas de apoio a decisão empresarial, os chamados BI “Business Inteligence”, neste caso a função maior do engenheiro é traduzir as necessidades da gerencia em softwares, manter a facilidade de uso e a integridade dos dados apresentados. Um sistema de BI não é tão simples como se pensa, envolvem múltiplas tecnologias e um bom projeto de integração entre os sistemas empresarias.
Um projeto de BI envolve a necessidade de demonstrar pra alta gerencia o impacto das relações transacionas ocorridas dentro do ERP, esses sistemas necessitam de interface simples e de disponibilidade imediata para a alta gerencia, é muito comum em um sistema de BI estar inserido um projeto de portal WEB, pois a facilidade de uso e a interface devem ser o mais amigável para o gestor, nessa fase o banco de dados adotado fica a toda a prova e a responsabilidade do engenheiro passa ser a de estar levantando todas as necessidades informacional da gerencia (relatórios, consultas, pesquisas, etc.) e traga a informação desejada pelo gestor para a tomada de decisão, é comum utilizar uma base de casos e trazer para o gestor o impacto da sua decisão anterior, dessa forma refletindo todo o passado da empresa.
Um projeto de BI começa no DW “Data Werehouse” ou nos departamentos da empresa, com DM “Data Marts”, entendem-se pelos sistemas transacionais e armazenam todos os processos do dia-a-dia da empresa, por este motivo o engenheiro de software precisa ter em sua formação o conhecimento empresarial, saber lidar e qual a informação de cada setor da empresa, ter a capacidade de analisar a sua integridade e validade, determinar o valor dessa informação para o sistema e para a empresa. Conhecimentos que precisam de formações não tradicionais, levanto o posicional para a formação multidisciplinar. Conhecimento de RH e psicologia, finanças e economia, tecnologia e empreendedorismo, contabilidade e direito, banco de dados e rede de computadores; das mais diversas áreas e para os mais diversos propósitos, afinal ele precisa compreender a empresa como um todo.
Não existe uma forma de se começar um projeto de BI, como disse acima, ele pode começar diretamente no DW, quando a empresa já possui seus dados consolidados e armazenados em um único lugar, ou pela definição passo a passo das necessidades departamentais de armazenamento histórico sobre suas atividades esses dados dão origem aos DM, que logo serão consolidados em um DW, o valor de cada informação deve ser considerado e analisado de acordo com a finalidade da empresa e sua cultura, por fim as tecnologias de acesso a essa informação devem ser pesquisadas. Aqui o engenheiro começa a trabalhar diretamente com os setores e com a equipe de TI, logo um membro da alta gerência deve estar inserido neste processo para que o valor de cada dado que componha a informação seja mensurado e forme um repositório informacional integro.
Vimos neste artigo, que gerir projetos não é só, definir o que o software deve ou não fazer, mas muitas vezes discutir e implementar novas metodologias na execução de uma função, compreender cada área da empresa, não esquecendo de citar marketing e relacionamento com os clientes, e saber como disponibilizar essa informação para a gerencia. Será que um analista de sistema tem essa capacidade? Será que um Administrador te essa capacidade? Cada um sabe qual o perfil do gerente de projetos que melhor cabe a sua empresa.
Publicado originalmento no endereço: http://www.profissionaisdetecnologia.com.br
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